quarta-feira, 18 de maio de 2011

O dia que eu dormi no cursinho.

Então, já faz tempo que não apareço por aqui. É que como não tem ninguém nessa bodega, não me inspiro a continuar. A única razão pra eu estar aqui é porque muita gente sempre me pergunta a respeito de um caso antigo que ocorreu comigo, e pra evitar de ficar contando a mesma história sempre, vou deixar para a posteridade interwébica eterna. Aproveitem esse fato verídico (oh, como eu queria que fosse mentira)...

Lá estava eu, no alto de meus 17 anos, fazendo cursinho pré-vestibular. Nessa época, eu confesso que não estava nem um pouco a fim de ir pro cursinho de noite (sim, porque já estudava pela manhã e tarde e não podia mais cochilar por conta disso), e sempre ia fazer qualquer outra merda. Nesse dia, entretanto, por algum motivo eu resolvi ficar pra assistir a aula inteira. Acho que era uma gostosa do meu lado que tava de minissaia e tenho quase certeza que tava sem calcinha naquele dia, mas foda-se.

Passou a primeira aula, tudo de boa. Passou a segunda aula, normal. Na terceira eu já tava zonzo, cansado de assistir aula o dia inteiro. Dá pra adivinhar daí a merda que isso ia dar, não? Quarta aula rolando, se me lembro bem era aula de matemática. Nunca gostei de matemática, desde anos imberbes e pueris eu já não gostava dessa matéria. Números nunca foram exatamente minha preferência educacional, já que precisava fazer uma quantidade imbecil de cálculos e fórmulas e teoremas só pra descobrir depois de quase duas páginas de gráficos que X era igual a Y em vez de Z. Enfim, a aula foi passando, e tudo foi ficando escuro.

Um bom tempo depois, eu estava em um cômodo escuro, sem nenhuma idéia do que havia acontecido. Por alguma razão – e provando que nem sempre Hollywood é correta em determinadas situações – eu ainda estava devidamente vestido e sem nenhuma amarra, e não pelado em uma banheira cheia de gelo com um bilhete colado na minha cara. Eu estava sentado em uma cadeira, igual àquelas de escola pública, que era o modelo das do cursinho que eu freqüentava. Levantei-me da cadeira e resolvi sair daquele lugar. Fui em direção da porta e tentei abrir, sem sucesso. Tentei de novo e descobri que a porta estava trancada. Eu dormi no cursinho e me trancaram lá dentro!

Pois bem, após um breve momento de desespero (afinal, eu estava trancado em um cursinho escuro e sem nenhum salgado na cantina), fiz o que me pareceu mais lógico na hora: liguei pra polícia. Após cinco minutos do atendente rindo da minha situação, uma viatura veio em meu “resgate”. Dela saíram dois policiais que prontamente fizeram o que lhes parecia mais lógico no momento: riram mais ainda. Após longos minutos de gargalhadas altas e eventuais lágrimas que escorriam de seus olhos (a situação pra eles devia ser hilária, pena que não compartilhava da mesma opinião), pedi que me tirassem dali. Me disseram que nada podiam fazer, e que seria melhor ligar pra algum responsável. Liguei pro meu pai. Preciso dizer que ele riu pra cacete quando chegou lá?

Após alguns minutos de deliberação, acompanhada de mais gargalhadas dos adultos ali presentes, sugeriram que eu procurasse o telefone dos donos do cursinho. Eu poderia ter pensado nessa hipótese, se não estivesse horrivelmente assustado devido a minha situação atual. Fui revirar todos os papéis daquela joça atrás do telefone do dono daquela porcaria semi-educacional e, após jogar praticamente TODOS os papéis ao meu alcance para o alto e eventualmente no chão, liguei pro homem. Vinte minutos depois – enquanto meu pai e os policiais ainda riam, agora mais reservadamente – chegou o proprietário do lugar, junto com seu filho, pra me resgatar do meu martírio. Nem preciso falar que eles riram pra caralho no telefone e quando chegaram ao estabelecimento.

Enfim, por algum motivo (acredito que eles haviam ligado pra TODOS OS ALUNOS), meio mundo já sabia que eu tinha dormido no cursinho e fiquei inevitavelmente trancado lá dentro. E, por conta disso, volta e meia alguém que não sabe dessa história me para em algum canto e pergunta como é que foi isso. E, por conta disso, deixo vocês com um excelente conselho para o futuro: Não durmam em cursinhos. Vocês podem ficar trancados lá dentro.

4 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk mano, nem preciso mais comentar o quanto eu ri disso né?

    eu só imagino a cara do troll que deve ter saido por ultimo e apagado a luz pra te deixar "dormir em paz" kkkk a arrumadeira que tranca as portas deve ter visto a sala escura e obviamente nem olhou se tinha um perdido dormindo lá dentro kkkkkkkk trancou a porta e foi pra casa dar comida pros 12 filhos e 35 netos kkkkkkkk

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  2. Pior que eu ja SONHEI (na verdade foi mais para um pesadelo do que prum sonho) que eu tinha dormido na sala de aula, mas no meu caso a cantina tinha um monte de coisa pra comer.

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  3. Lembrando aqui os locais em que fiz/faço cursinho e como meu celular é um grandissíssimo fdp eu estaria ferrado se isso acontecesse comigo.

    Ah sim, Pedê. Eu ri. ^^

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