Projeto Ville Roy - Desastre de Setembro

De todas as formas possíveis, tentei avaliar minhas prioridades com relação às notícias aqui descritas e, visto que não sou jornalista, nada me impede de colocá-las de acordo com meu ponto de vista, doa a quem doer. Vários apresentadores famosos o fazem e são conhecidos justamente por isso, então, na livre imprensa e com base na liberdade de expressão, eu digo: “foda-se”!

Neste fim de semana houveram dois acidentes aqui na Velha Fronteira, e como só estava próximo a um deles, falarei deste acidente e o outro vocês procuram pelos jornais, porque sinceramente eu não me importo. Liberdade de expressão e compromisso jornalístico é isso aí.

Foi um acidente deveras problemático, então acho que deveria falar sobre isso com relativa delicadeza e respeito, mas como delicadeza nunca foi meu forte, vou falar isso do meu jeito e quem se sentir indignado, pode chorar nos comentários.

A merda que rolou foi a seguinte: Bateram dois Corollas nessa madrugada de sábado pra domingo aqui na avenida da minha casa (tá, não tão perto de casa dessa vez, ou seria muita desgraça junta). Pra se ver como são as coisas, foi um Corolla perolado (que chamarei de “1” e era igualzinho ao meu. Atentem ao detalhe, pois será importante mais pra frente) e um azul (que chamarei de “2”).

Ao que os jornais oficiais indicam (e pelo que pareceu na cena do evento), o carro “1” vinha no sentido bairro-centro (ou seja, preferencial) e o carro “2” fez uma conversão súbita (e totalmente errada, diga-se de passagem), invadindo o sentido da avenida, o que causou o dito acidente. Considerando que esse modelo de carro alcança velocidades PUTANHESCAMENTE ALTAS em curto espaço de tempo e com peças DE FÁBRICA, dá pra imaginar a dimensão do desastre subseqüente.

Minha impressão ao chegar próximo ao local foi: “Puta que pariu, deve ter morrido algum filho da puta nessa desgraça, olha só essa merda!!!”. Pra você, caro leitor, entender o tamanho da cagada, feche os olhos e imagine os dois carros ditos acima. O carro “1” teve a frente COMPLETAMENTE ACHATADA, com direito a 50% do capô - assim como quaisquer peças abaixo deste - ficarem mais próximas da cabine do que o aceitável; já o carro “2” teve sua lateral direita LINDAMENTE DESTROÇADA, praticamente transformando o automóvel supracitado em uma linda meia-lua de metal, vidro e fibra de vidro.

Então, lá estava eu, em plena avenida, observando a dimensão do caos onde tamanho desastre havia ocorrido, e logo uma multidão (como de costume) começa a se formar em torno do desastre (falando sério, não deu nem 1 minuto pra chegarem DEZ carros, sendo que a porra da avenida tava deserta!). Nisso começa aquela clássica: “Liga pro SAMU!” “Liga pros Bombeiros!” “Liga pra não-sei-mais-quem!” “Liga pra puta que pariu!”
E todo mundo ligando junto. E telefone dando ocupado. E vagabundo tirando foto. E o caralho de asa acontecendo. Só faltou juntar casal ali e transar no meio das ferragens.

E então, aproximadamente MEIA HORA depois dos imprestáveis ali mexerem nos feridos (sob protestos de alguns poucos conscientes) e congestionarem as já precárias linhas da emergência, chega A PRIMEIRA ambulância! Precisou de meia hora e uma caralhada de gente ligando pra entenderem que não era trote! Aqui entre nós, se eu tiver que depender de ambulância pra ser socorrido, eu to fudido, viu? Fudido e muito mal pago, diga-se de passagem.

Vinte minutos depois da primeira ambulância chegar, veio a segunda, acompanhado de todas as viaturas que se tinha direito: Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Comunitária, DETRAN, SMTRAN, Bombeiros e até a Sociedade Protetora dos Animais (o que aqueles cornos faziam ali, acho que jamais saberei).

Resumindo a ópera: Acidente feio rolou, levou quase UMA HORA pra chegar o socorro médico (sendo que ali próximo é cheio de casa dos cabeças do hospital), juntou mais gente ali naquele desastre do que em muita igreja e saiu mais um texto pra essa porra de blog não ficar abandonado. Assim sendo, até a próxima!
De seu guia (com relativa descrença quanto ao sistema público de saúde) da Área 95,
C. B.